
Junho é mês de Quadrilhas, quentão, pipoca, e vários pratos culinários derivados do milho verde, amendoim, entre outras coisas da roça pra a gente aqui no Brasil. Mas esse período tão lembrado principalmente pela Igreja Católica e que muitas vezes ultrapassa o sentido religioso indo até meios culturais, artísticos, folclóricos, gastronômicos além de é claro trazer muitas lembranças do passado tem uma origem muito anterior aos Santos Juninos.

João o santo da Festa é encontrado nos escritos bíblicos como o Primo de Jesus que o reconhece no ventre e faz festa ao ver Maria chegar para visitar sua Prima Isabel, Há quem diga que a fogueira de São João lembra a maneira a qual Isabel combinou com maria para avisar o nascimento do menino, quem tivesse o filho primeiro acenderia uma fogueira para avisar a outra. João cresceu nas margens do Rio Jordão onde batizava as pessoas e as convidava a converter-se a uma nova vida. Por criticar atitudes dos poderosos teve um fim trágico mas não deixou de professar sua fé, ate o fim, na vinda de novos tempos.

Pedro, O pescador do Mar da Galileia convidado pelo Cristo a se tornar pescador de homens, Apesar de alguns escritos descreverem no como um homem com as marcas duras de uma vida ele também é dito como aquele que tem a chave das portas dos céus e quem decide quem entra e quem sai. Pedro chega a negar Jesus no dia de sua paixão e morte mas se torna um dos principal propagador do evangelho, também considerado o Primeiro Papa.

Antônio aparece pouco mais de 1000 anos à frente na história, e alias se chamava Fernando por batismo, pertencia a uma família nobre mas, abre mão de suas riquezas para seguir ao cristianismo ele percebe as injustiças do mundo de sua época e resolve fazer algo para ajudar aos necessitados enquanto transmite esperança. É chamado de santo casamenteiro por que a época as mulheres pobres não podiam se casar se não tivessem para oferecer aos maridos um valor em dote e Antônio ajuda a varias a encontrar formas de conseguir seu dote e se casarem.
Muitos dizem que a religião católica no Brasil é cheia de Sincretismos que nada mais é do que uma forma de dizer que possui adaptações e similaridades com outras culturas aceitas e modificadas. O próprio Cristianismo tem seus momento em que acaba por se assemelhar com culturas locais ao ser aceito pelo Império Romano muita coisa foi modificada e incorporada ao Cristianismo, mas se voltarmos num distante passado sabermos que varias culturas e povos tinhas suas celebrações das colheitas. Festas celebradas perante fogueiras que celebravam a chegada do verão ou do inverno. Onde confraternizar e celebrar com musicas, danças e comidas típicas era provavelmente algo muito comum.
Sabemos que além dos indígenas que antes já habitavam a terra de Vera Cruz e que foram reduzidos a poucos povoados, também foram trazidos para o brasil como escravos muitos membros de povoados africanos, membros estes que tinham sua religião e suas crenças e como eram proibidos de manifestarem publicamente seus rituais muitas vezes eles sincretizavam as personalidades de seus deuses com os santos para que de alguma forma pudessem celebrar um pouco de seu passado perdido.

As Quadrilhas que remetem a danças de casais francesas, o casamento caipira geralmente aqui encenado em referencia ao Santo Casamenteiro mas também lembrando como era a vida rural de um brasil que mudou tanto e que tinha suas durezas e simplicidades mas também a fartura nos festejos, a presença do fogo aquecendo noites de inverno mas que também poderia representar pureza, proteção e a queimas das mazelas da vida. As brincadeiras como Cadeia, Correio Elegante, Pau de Sebo, Pula fogueira, Jogo de Argolas que além de divertidas poderiam também gerar arrecadação para uma comunidade ou Paroquia se manter ajudando os necessitados. Além das mais variadas Simpatias para conseguir um par ou descobrir quem seria o noivo ou noiva perfeito de cada um.

E por fim o mais delicioso de tudo as guloseimas, desde o milho verde cozido ou assado na fogueira, batata doce, amendoim, Curau, Pamonha, Canjica, Arroz doce, Bolos Caseiros de Fubá ou de Milho, Paçoca, Pé-de-Moleque, Cuscuz, Tapioca, Pinhão, Maça do Amor, etc... Além é claro do Quentão e Vinho quente que não pode faltar pra esquentar as noites a beira da fogueira.
Que época mais festiva do que esta para lembrar memorias do passado, onde famílias de mais variadas épocas podem se encontrar conversar, dançar, trocar experiências embora as tradições tendem a perder força com o tempo e a modernidade momentos como estes sempre são propícios a despertar boas lembranças e solidificar memorias em adulto e crianças.
Viva as Festas Juninas...
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