Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bourbon Bragança e Orléans ou para facilitar, a titulada como a “Redentora Princesa Isabel", filha do então Imperador D. Pedro II e devido a morte de seus dois irmãos homens a sucessora do trono, Ocupante da cadeira de Senadora de direito da Família Real e também, Regente nos momentos de ausência do Imperador. Graças a isso seu nome consta como quem assinou a Lei que oficializou o fim da Escravatura no Brasil ainda Império.
Porém, em uma sociedade extremamente machista, era fato que nem seu próprio pai acreditava que ela conseguisse sucedê-lo em meio a tantas forças que se emergiam e se opunham ao Império e a família real.
A Escravatura era uma força de trabalho muito utilizada desde as épocas do Brasil colônia e para os que tinham posses, era símbolo até de certo status ter em posse alguns bons escravos.
Porém no mundo, tal pratica vinha sendo condenada e abandonada tanto por questões éticas ou religiosas como por motivos pessoais em alguns casos, mas devido a necessidade de mão de obra nas fazendas, o Brasil insistia em não abandonar essa prática, tanto que, várias medidas foram tomadas e leis criadas até que os lideres políticos e o império viessem a se manifestar.
Entre tais medidas vale citar:
A Lei Feijó de 07 de Novembro de 1831 - Decretava como livres os trazidos como escravos ao Brasil a partir desta data e não só proibia como tornava crime a importação de escravos e visava amenizar os atritos com a Inglaterra que tinha em vista atender ao mercado brasileiro mas discordava da mão de Obra escrava. Há quem diga ser até a origem do termo Lei "para Inglês Ver" pois não surtiu quase efeito algum.
Lei Bill Aberdeen em 1845 - Lei decretada pela Inglaterra após perceber que o Brasil continuava recebendo milhares de escravos vindos da África e pouco se fazia realmente para reduzir a mão de obra escrava no País. Por meio deste decreto a Inglaterra passa a monitorar o Atlântico Sul e aprisionar navios negreiros, punindo com rigor os responsáveis.
Tal lei causou desconforto e polêmica pois, a Inglaterra se denominava como protetora dos direitos humanos passando por cima da soberania nacional. Mas alguns diziam que seu objetivo era prejudicar a economia brasileira baseada no trabalho escravo para que pudessem impor seus serviços e produtos.
Lei Eusébio de Queirós ou "Lei 581 de 4 de setembro de 1850" - Lei criada oficialmente para evitar maiores conflitos com a Inglaterra, proibia oficialmente a entrada de africanos escravos no território brasileiro e endurecia as punições aos que insistissem não cumprir a lei. Foi a primeira das três principais leis que determinaram o fim do trabalho Escravagista no Brasil.
A Guerra do Paraguai - Embora não tenha relação direta com a Abolição, este conflito que estendeu-se de dezembro de 1864 a março de 1870, acabou atraindo a atenção e dedicação exclusiva do País e dos seus poderes por se tratar da necessidade de manter a Soberania Nacional na região, com isso as discussões sobre a abolição acabaram encontrando dificuldades em avançar.
Lei do Ventre Livre ou "Lei nº 2040, de 28 de setembro de 1871" também conhecida como "Lei Rio Branco" Decretava liberdade aos filhos das mulheres escravas mas com algumas regras, entre elas o fato de que a criança deveria ser mantida com a família até os 8 anos de idade e após isso o Senhor poderia optar por pedir uma indenização ao Estado ou usufruir do trabalho da criança até os 21 anos de idade entre outras peculiaridades. Mesmo assim foi considerada um progresso perante as pressões políticas e a própria insatisfação dos escravos que devido aos maus tratos e situações difíceis fugiam e começavam se organizavam em quilombos onde passavam a trabalhar por conta própria para tentarem se manter.
Lei dos Sexagenários ou "Lei nº 3.270, de 28 DE Setembro de 1885" Também conhecida como lei Saraiva- Cotegipe, concedia liberdade aos escravos que ultrapassassem aos 60 anos, porém criava uma obrigação de indenizar ao Senhor o que acabava por vezes fazendo com que o indivíduo continuasse de alguma forma obrigado a continuar trabalhando nas mesmas condições por mais algum tempo, esta leis foi
muito criticada por pouco atender ao quesito de libertar realmente os escravos em sua idade de possível trabalho livre.
A Confederação Abolicionista foi um grupo criado em 1883 entre tantos outros que
Traziam para a luz das discussões a libertação irrestrita dos escravos, formada por vários intelectuais da época entre eles José do Patrocínio, André Rebouças, Luiz Gama e outros. Neste período os Negros que conseguiam fugir de seus senhores muitas vezes se organizavam e entre os trabalhos que executavam havia a pratica de cultivar e vender as camélias brancas o que tornou mais tarde esta
flor o simbolo do movimento abolicionista.
Lei Áurea ou "Lei nº 3353, de 13 de maio de 1888" : Determinou oficialmente o fim da Escravidão, atendendo ao clamores Nacionais e Internacionais, a data da sua promulgação é comemorada como dia da Abolição da Escravatura mas foram anos e
anos de uma consciência distorcida, tanto que até hoje a sociedade ainda traz ideias e preconceitos que perduram e com certeza ferem aos Negros ainda presentes.
Apesar da importância da Libertação dos escravos, muitas questões ficaram pendentes como por exemplo como garantir dignidade ao escravo após ser "Libertado" de seu Senhorio. E apesar do fato de que a Abolição teria que ocorrer de qualquer forma, ela acabou sendo manipulada e usada contra a Família Real e o Império provocando a sua queda e a Proclamação da República o que incorreu no exílio da Princesa e da Família Real.
É preciso celebrar sim o fim de um capitulo de nossa historia que tratou semelhantes como se fossem animais, mas é preciso também ler bem este capitulo para que tais atrocidades não se repitam sobre novas mascaras e molduras nos dias atuais, já que a historia tem costume de trabalhar em ciclos e a mente humana tem o péssimo habito de muitas vezes ignorar o passado.
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