Mario de Andrade, este Paulistano que foi poeta, escritor, crítico literário, musicólogo, folclorista, ensaísta, Fotografo e que contribuiu para a Semana de arte moderna juntamento com os artistas idealizadores, em seu Livro Pauliceia desvairada vem brindar com sua poesia de versos livres e opinião expressada, esta imagem um tanto nebulosa da São Paulo de sua época. Tão aspirante por ávidos novos conceitos mundiais, ao mesmo tempo tão encoberta em seus problemas e preconceitos sob uma garoa que não só dificulta a visão dos que aqui vivem mas, que também escorre em lagrimas de tristezas por perceber seus próprios atos.
Garoa do Meu São Paulo
Garoa do meu São Paulo,
-Timbre triste de martírios-
Um negro vem vindo, é branco!
Só bem perto fica negro,
Passa e torna a ficar branco.
Meu São Paulo da garoa,
-Londres das neblinas finas-
Um pobre vem vindo, é rico!
Só bem perto fica pobre,
Passa e torna a ficar rico.
Garoa do meu São Paulo,
-Costureira de malditos-
Vem um rico, vem um branco,
São sempre brancos e ricos...
Garoa, sai dos meus olhos.
(Mario de Andrade)
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