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Foto do escritorVira Versos

Agora um Poema VII: Garoa do Meu São Paulo

Atualizado: 4 de jun. de 2020


Mario de Andrade, este Paulistano que foi poeta, escritor, crítico literário, musicólogo, folclorista, ensaísta, Fotografo e que contribuiu para a Semana de arte moderna juntamento com os artistas idealizadores, em seu Livro Pauliceia desvairada vem brindar com sua poesia de versos livres e opinião expressada, esta imagem um tanto nebulosa da São Paulo de sua época. Tão aspirante por ávidos novos conceitos mundiais, ao mesmo tempo tão encoberta em seus problemas e preconceitos sob uma garoa que não só dificulta a visão dos que aqui vivem mas, que também escorre em lagrimas de tristezas por perceber seus próprios atos.


Garoa do Meu São Paulo

Garoa do meu São Paulo, -Timbre triste de martírios- Um negro vem vindo, é branco! Só bem perto fica negro, Passa e torna a ficar branco.

Meu São Paulo da garoa, -Londres das neblinas finas- Um pobre vem vindo, é rico! Só bem perto fica pobre, Passa e torna a ficar rico.

Garoa do meu São Paulo, -Costureira de malditos- Vem um rico, vem um branco, São sempre brancos e ricos...

Garoa, sai dos meus olhos.

(Mario de Andrade)

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